20.8.02

Caros amigos, é com muita honra e satisfação que venho, pela primeira vez, diga-se de passagem, dar minha contribuição literária – e por que não – a esta digníssima e freqüentadíssima página ou sítio ou seja lá como se lhe chamem os internautas.

Desde logo, gostaria, já respondendo a críticas (infundadas, frise-se), de me desculpar por não Ter participado ativamente para o engrandecimento deste veículo engrandecedor de tão nobre agremiação, C.A.C., que, apesar de andar passando por pequenas crises estruturais, nunca se desviou do seu propósito inicial, i.é, difundir, incentivar, desmestificar, e outros tantos ars, o consumo de bebidas alcoólicas, tanto fermentadas como destiladas, mais aquelas do que estas.

No entanto, apologetas da cachaça, se por um lado eu reconheço a minha lassidão ao não dedicar parte do meu tempo para escrever algumas mensagens a vocês, a nós, deixando o fomento desta página aos cuidados do nosso amigo e, no caso, anfitrião, Ramiro Quai, por outro lado eu gostaria de tentar justificar minha omissão, não alegando falta de tempo, pois sei que isto não pode ser invocado como desculpa – tempo para escrever besteira se acha, se faz, nem que seja sentado no trono dando aquela cagada – mas sim falta de algo interessante sobre o que escrever, dizer, compartilhar com todos vocês.

Sou obrigado a reconhecer que, à exceção de algumas notícias infundadas, artigos com-pretensão-de-ser-politicamente-corretos, matérias tiradas de jornal ou revista de autoria e conteúdo duvidosos e umas que outras piadas cretinas, que em nada contribuem para o vale profundo do álcool e seus habitantes, no geral as estórias e estorietas, narrativas, brincadeiras, informes, convocações, adágios, etc, estão muito bons, bem escritos, divertidos, inteligentes e muitas vezes reais. Não vamos esquecer das fotos de mulheres nuas que não dizem nada mas têm muito para nos ensinar. Por isto o meu excesso de senso de autocrítica vinha me impedindo de me comunicar com vocês.

Outro empecilho que contribuiu para o meu tardio ingresso ao mundo maravilhoso do blogspot foi a minha avançada falta de conhecimentos computadorísticos, fato que me manteve afastado desta caixinha mágica, misteriosa e caprichosa, da qual sempre procurei manter uma certa distância, talvez por medo, talvez por veneração ou simplesmente por pura ignorância, conforme já havia dito. O fato é que eu descobri como chegar até vocês; não me foi fácil, acreditem, venci barreiras psicológicas das mais variadas, loguei sites, decifrei mensagens, criei senhas e acessos, mas consegui e, de agora em diante, nada nem ninguém (a não ser o nosso host) poderá impedir a minha palavra de chegar até vocês, e é por isso que eu falo com voz profética que para o hoje e para todo o sempre escreverei, infindáveis, inefáveis, iniludíveis mensagens de amor, ódio, crítica, vingança, amizade, solidariedade e tudo que é merda que vier à minha cabeça, pois saibam todos que tenho muito a dizer, eu escreverei, tu escreverás, escreveremos até que nossos dedos e nossas mãos sangrem sem parar, que nosso sangue jorre e suje e lave e limpe e nos purifique de toda a idiotice e preconceito que há na terra e faça brotar um novo ser, novos seres (mais)-humanos. Aleluia irmãos, aleluia. Bebamos, bebamos.

Bem, desculpem o meu delírio.

Na continuação, gostaria de parabenizar o nosso amigo e anfitrião pelo belo trabalho que vem fazendo na luta, quase que solitária, pela manutenção desta página. Tu és grande Ramiro, tu és um guerreiro, tu és um poço infindável de sabedoria inútil, tua capacidade de fazer a nós todos rir e muitas vezes chorar ao ler as tuas notícias sempre fresquíssimas e teus comentários profundamente irônicos e imbecis é impagável.

Para encerar, não gostaria de me despedir sem dar minha contribuição ao demos : tive a oportunidade de visitar a 20ª Feira do Livro de Novo Hamburgo, que está sendo realizada, de forma inédita, no Calçadão Osvaldo Cruz, de 15 a 25 do corrente.

È desnecessário dizer que, infelizmente, o evento não condiz em nada com uma cidade do porte de Novo Hamburgo, embora, devo admitir, reflete a cultura ou (seria melhor dizer) a falta desta, da nossa massa. Seria mais apropriado que, ao invés de se chamar Feira do Livro, se chamasse Feira para Crianças, Esotéricos, Espíritas, Deprimidos, Adoradores de Paulo Coelho e Demais Leitores de Final de Ano em Férias no Litoral, amantes desta baboseira esotérico/astrológica e todo o resto desta protoliteratura repugnante e inútil. Ademais, não fosse o bastante, todos os estandes comercializam praticamente os mesmos livros e oferecem exatamente os mesmos preços e descontos, qual seja, míseros 10%.

Para não dizer que não falei de flores... e para não ser tachado de rabugento e agourento, veja-se a boa organização e variada programação complementar à feira que está com uma alta qualidade. De qualquer forma, como diria o poeta, tudo vale a pena se a alma não é pequena..., bom fica a crítica e a sugestão.

Não querendo incorrer no risco de monopolizar, passo a palavra. Valeu, valeu.

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