11.7.02

Um pouco de poesia prá vocês, seus ignorantes:
Marvada Pinga

(Laureano)

Com a marvada pinga
É que eu me atrapaio
Eu entro na venda
E já dou meu taio
Pego no copo
E dali num saio
Ali mesmo eu bebo
Ali mesmo eu caio
Só prá carregá
É que dou trabaio, ôi lá!

Venho da cidade cantando
Trago um garrafão
Que venho chupando
Venho pros caminhos
Venho tropicando
Chifrando os barranco
Venho cambetiando
E no lugar onde eu caio
Já fico roncando, ôi, lá!

O marido me disse:
Ele me falô
Largue de bebê
Peço por favô prosa de hôme
Nunca dê valô
Bebo com o sol quente
Prá esfriar o calô
E bêbo de noite
É pra fazê suadô, oi lá!

Cada vez que eu caio
Caio deferente
Meaço prá trás
E caio prá frente
Caio devagá
Caio de repente
Vou de corropio
Vou diretamente
Mas sendo de pinga
Eu caio contente, ôi lá!

Pego o garrafão
E já balanceio
Que é prá mode vê
Se está mesmo cheio
Num bebo de vez
Porque acho feio
No primeiro gorpe
Chego inté no meio
No segundo trago
É que disvaseio, oi lá!

Eu bebo da pinga
Por gosto dela
Eu bebo da pinga branca
Bebo da amarela
Bebo nos copos
Bebo na tigela
Bebo temperada
Com cravo e canela
Seja quarquer tempo
Vai pinga na goela! Ôi lá!

(é marvada pinga)
Eu fui numa festa no rio Tietê
Eu lá fui chegando no amanhecê
Já me déro pinga prá mim bebê
Já me déro pinga prá mim bebê
Tava sem fervê!
Eu bebi demais
E fiquei mamada
Eu cai no chão
E fiquei deitada
Ai, eu fui prá casa
De braço dado
Ai! De braço dado
E com dois sordado!
Ai, muito obrigado!"







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