25.9.04

Buenas, andei escrivinhando um artigo e resolvi publicar aqui na página da CAC já que têm tudo a ver. Pois bem, aqui vai a primeiríssima Crônica Etílica:


Boteco... De onde viemos, e para onde vamos

CAC


















Estava em um momento de solitário ócio contemplativo, quando comecei a pensar:
O que será que faz de um lugar para se beber, um BOTECO?
Nem todo lugar onde se bebe, é um boteco. Boteco que é boteco, tem lingüiça pendurada no teto, ovos verdes curtidos dentro de uma jarra de vidro, e um balcão tão gorduroso quanto cara de adolescente. Algumas moscas de estimação circulando pelo local, uma TV velha sempre ligada com a imagem chuvisquenta, e um banheiro onde o lugar menos mijado é com certeza a privada. Se o boteco for moderno, terá ainda, uma mesa de sinuca ou fla-flu bem no centro, atrapalhando a passagem.
O boteco é o habitat natural do bebum. É comprovado que os bebuns não se reproduzem em cativeiro, ou nos shoppings centers (mesmo porque a segurança insiste em joga-los pra fora). Pois é nos botecos que os bebuns se ocupam da árdua tarefa de destruir seus fígados e entorpecer suas mentes. Todo boteco que se preza têm clientes fiéis, também conhecidos e reconhecidos como pudins de canha. Com a fala arrastada e um andar incerto, os bebuns preferem o sincero convívio do boteco, às incomodações familiares ou um efêmero sucesso profissional.
Me pergunto, onde estão os grandes visionários do marketing, que nunca pensaram em padronizar um boteco, e lança-lo internacionalmente, concorrendo com as grandes redes de fast-food? Assim, poderíamos não só encontrar botecos do Oipoque ao Chuí ,mas também nos cantos mais recônditos de nosso imenso azul planeta. Já pensaram que reconfortante seria, estar passeando na Rodeo Drive em Berverly Hills, com seus amigos Arnold e George dar uma paradinha no Bar do Zé para tomar uma dose de purinha e comer um pastel de palmito? Sim!! O boteco é uma instituição nacional, assim como o samba, o futebol e a inflação. É coisa nossa, é sinônimo de nossa cultura e como tal, deve ser preservado, propagado e venerado. Que os botecos perdurem através dos tempos para que nossos filhos, e os filhos de nossos filhos saibam que neste conturbado mundo, existe um pequeno paraíso etílico, último refúgio de nossa incivilidade.
Por Indio Veio

CAC

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