28.1.05

Buenas, sábado passado, tivemos festa no ``apê`` da Lola, onde nos reunimos para sorver as 39 cervejas cujas quais 29 quitei sob contrato aniversarial. Como o Cezinha disse, quem não foi, se fu...
Do meio dia as 22:30 enchemos a caveira e embuído deste espírito, concluo o texto da Superinteressante.


























Cerveja a Bebida Revolucionária- (IV e última parte)

Gelada Nos Trópicos

Apesar de nós brasileiros, nos considerarmos com frequencia amnates incomparáveis de cerveja, a tradição não reforça esse mito. O Brasil entra tarde na história da bebida mais popular do mundo. Apesar de os colonizadores holandeses terem trazido a bebida em 1934, via Companhia da Índias Ocidentais, nenhuma cervejaria foi instalada em solo nacional. `` Com a saída dos dos holandeses em 1654, a cerveja deixou o país por um século e meio e só reapereceu no fim do século 18``, escreveu Sergio de Paula Santos em Os Primórdios da Cerveja no Brasil. Dá para acreditar que nós fomos capazes de viver sem a bebida por 150 anos?
Antes da chegada da família real, em 1808, os portos brasileiros estavam fechados aos navios estrangeiros. Mas isso não significa que os portugueses estavam privados da bebida. A pouca cerveja que aparecia por aqui era contrabandeada. Com as importações liberadas, houve períodos de predominância dos barris ingleses e das garrafas alemãs. Embora não seja possível precisar uma data, registros mostram que imigrantes alemães do Rio Grande do Sul fabricavam a própria cerveja por volta de 1820.
O fato é nossos avós e bisavós gostaram da bebida e passaram o costume para as gerações seguintes. Hoje, cada brasileiro consome cerca de 50 litros de cerveja ´´estupidamente gelada`` por ano.
A bira em temperatura próxima a zero grau, motivo de orgulho em tantos botequins, é provavelmente a única contribuição genuinamente tupiniquim para a história da cerveja - e nem é reconhecida como um avanço. Se você sentar em um ``biergarten`` de Munique ou num pub de Londres, vai receber um copo com temperatura entre 10ºC ou 15ºC, faixa em que a maioria das cervejas revela o seu sabos. Para o calor tropical, essa é uma temperatura impensável, o que acabou originando o mito de que os europeus são fãs de cerveja morna. Verdade ou não, fato é que criticar a cerveja alheia tem sido ato recorrente na história. E um ótimo jeito de iniciar as conversas numa mesa de bar.


As Cervejas mais antigas do mundo:
Existe muita controvérsia sobre a data de criação das primeiras cervejarias medievais, sobretudo se levarmos em conta aquelas instaladas em mosteiros. Os registros não são confiáveis e o ano de fundação dos mosteiros se confunde com o início da produção da bebida. A única coisa certa é que as pioneiras estão na Alemanha. Entre um gole e outro, os sócios da confraria alemã Biersekte cravaram a seguinte das cervejarias mais antigas ainda em atividade.

1-Bayerische Staatsbrauerei Weinhenstephan (1040)
2- Klosterbrauerei Weltenburger (1050)
3- Herzoglich Bayerisches Brauhaus Tegernsee (1050)
4- Klosterbrauerei Scheyern (1119)
5- Schlossbrauerei Herrngiersdorf (1131)

O Nome da Loira:
No Brasil, a palavra chope vem da expressão ``ein Schoppenbier`` que era como os alemães pediam um quartilho (copo de 0,6655 litro) tirado do barril. A cerveja segue o mesmo processo de produção, mas a versão em garrafas e latas é pasteurizada para durar mais.

Ressaca Faraônica:
Beber até cair era mais que um prazer pessoal para os antigos egípcios. Todos os anos, era realizado o festival para a Deusa Tefnuf, regado a muita comida, música e cerveja. Pinturas de um túmulo de 4 mil anos encontrado em Beni-Hasan mostram dois homens completamente bêbados sendo carregados de um banquete e mulheres vomitando depois de uma ressaca brava. Entre os egípcios, sair de uma festa caminhando com as próprias pernas era visto como maus modos, sinal de que o convidado não se divertira o suficiente.

Barriga de Chope não!
Os celtas forma os grandes fabricantes e consumidores de cerveja da Europa no primeiro milênio antes de Cristo. Mas o consumo de cerveja tinha limite. Avessos à obesidade, tentavam não ficar barrigudos demais. Por isso, criaram uma multa para quem excedesse o tamanho padrão de um cinto.

Se Beber não dirija!
O uso de veículos com tração animal e o consumo de álcool caminharam lado a lado a partir da metade do quarto milênio antes de Cristo. Para o arqueólogo inglês Andrew Sherrat, assim começou a história de uma da piores dobradinhas da elite ocidental: carros e bebidas. Nessa época, o arado - usado no cultivo de cereais e, logo, na produção de cerveja - e as carroças puxadas por cavalos chegaram à Europa. E, não mutio diferente de hoje, apenas alguns priveliados tinham acesso às duas técnologias.

Porre Sagrado
No século 7 da era cristã, a farra alcoólica transcendeu às tavernas e tornou-se um constrangimento na Igreja inglesa. Bispos,monges ganharam a má reputação de bêbados ou glutões. Os porres eram tão coimuns que alguns chegavam a vomitar a hóstia durante a Eucaristia. As autoridades religiosas criaram então leis de conduta, punindo os clérigos que passassem da conta. Um monge levava 60 dias de penitência. Já um bispo podia ser punido com 80 dias de suspenção e até mesmo com a expulsão.

Barrica Cheia
No século 16, a Inglaterra criou uma das punições mais inusitadas para acabar com os bebuns. O bêbado era colocado em um barril com buracos para cabeça, braços e pernas e exposto em praça pública. Em geral, o sujeito estava tão embriagado que dependia da boa vontade alheia para sa soltar.

Toque Feminino
A fabricação da cerveja é uma atividade ligada históricamnete às mulheres. No antigo Egito, elas produziam a bebida e vendiam nas próprias tavernas para trabalhadores e estudantes. Entre os sumérios a cervejaria era a única profissão zelada por uma divindade feminina, a deusa Ninkasi. Mas o habito mais curioso vem do Japão. O arroz usado no saquê - considerado a cerevja japonesa - só podia ser mastigado por mulheres virgens. A técnica durou até o início do século 20, em Okinawa.

Cervejaria em alto mar
Em 1944, os britânicos decidiram construir um navio-cervejaria, capaz de fabricar 250 barris por semana e saciar a sede dos soldados que combatiam na Segunda Guerra Mundial. Os navios Menestheus e Agamemnon foram enviados ao Canadá para as adaptações. Para azar dos militares, o primeiro deles só ficou pronto após o fim da Guerra.

Cervejas em Guerra
A cervejaria de Zittau, na Alemanha, tinha uma caldeira capaz de produzir 7 hectolitros de cerveja - uma quantidade impressionante para a época - e exportava para cidades vizinhas. Os habitantes de Gorlitz ficaram furiosos com a importação da cerveja rival. Em 1491, a turma de Zittau. Para acalmar os ânimos, o governo local instituiu um imposto para a bebida concorrente.

Vai pagar quanto?
Para desestimular o consumo de álcool, a Noruega tem algumas das bebidas mais caras da Europa. Neste ano, uma guerra no comércio derrubou o preço de uma garrafa de 9 coroas para 6,5 coroas, valor inferior ao imposto de 6,6 coroas cobrado por garrafa. O governo agiu rápido e avisou que vender bebidas abaixo do custo é ilegal. A farra durou poucos dias, mas foi o suficiente para os noruegueses encherem as adegas.

Por Leandro Steiw





Nenhum comentário: