4.10.02

Venho até vocês trazer o mais novo clássico guasca, para ser reverenciado aclamado e proclamado em nossas rodadas etílicas. Trata-se da singela e triste história de amor de um gaudério e sua prenda que após assistir a novela das oito resolveu dar uma de "Mel" e se intochicar. Com vocês:


Mina dos Diabo

Essa guria,
qué fuma aos quatro vento,
um cigarro fedorento,
que é coisa do capeta.
Deixou um cheiro,
de gambá no meus pelego
e um bafo de morcego
que não sai das minhas venta.
De certa feita
aprontou uma judiaria
juro que eu não sabia
porque sou um índio cru
A guriazinha
botou uma erva daninha
com bosta de galinha
no pito deste xirú
REFRÃO
Dei-lhe uma sova de urtiga
de fazê salta as lombriga
pra deixá ela legal
Mas o diabo não é manço
Boto fogo no meu rancho
e fugiu com meu bagual


Um outro dia ferventou
o meu chinelo
com um tal de cogumelo
que vem dentro de um vidrinho
Inda me disse:
Isso aqui é show, peão
vai te deixar legalzão
proseando que nem magrinho
Dopou meu mate
com umas gota de xampu
misturou fôia de ambu,
catchup e água quente
Por quinze dias
fiquei loco das idéias
com uma puta diarréia
encerrado na patente
REFRÃO
Xirú Missioneiro



Bueno, vêm se aproximando o dia em que todos os marombeiros de plantão, poderão praticar o exercício da cidadania. Duzentos abdominais, Quatorze supinos e dois senadores.
Realmente é de uma alegria extasiante...
Ficar bradando pelas ruas o nome do meu candidato, aquele cara que eu nunca vi mais gordo.
Aliás, ele anda bem mais gordo e lustroso naquele terninho engomado, enquanto eu...
Acéfalos de plantão, alistem-se logo nestes regimentos ignescentes!
Saiam de suas tocas, carregando as bandeiras que atrapalham o trânsito das calçadas, enfiando-as em nossas fuças. Por favor, não esqueçam de passar com o carro de som, às oito horas da manhã de sábado na janela do meu quarto, porque eu também quero acordar para a vida.
Democracia é isso aí. Ninguém respeita a sua apatia, querem ganhar seu voto no grito, na poluição sonora, visual e mental.
Querem de uma hora para outra, lhe injetar consciência política, como se essa fosse uma droga, que após as eleições poderá ser vendida barata em qualquer beco por um preço irrisório.
Esquecem porém, que consciência é sinônimo de educação. Uma eleição porca, é sinônimo de um povo imundo.
Grito, música alta, faixas, cartazes, adesivos, santinhos e o escambau, não tornarão candidato algum, menos ou mais competente.
Sou apenas um vizinho, que reclama da festa da dona democracia...

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